AS CARIOCAS (1966)
O FILME EM QUESTÃO
por Luiz Carlos de Oliveira

Roberto Santos, por sua vez, consegue impressionar pela capacidade de organização, segurança na direção e pelo despojamento no trabalho da história. Como cinema, seu episódio é o melhor. Já Fernando de Barros, ajudado pela qualidade profissional de Norma Bengell, pela excelente fotografia de Aranovitch e principalmente pela herança de chanchada, que lhe permite uma maior identificação com a irreverência (às vezes saudável grossura) do roteirista, nos dá o episódio realmente carioca da trilogia. As Cariocas, embora frustado em parte, é uma abertura no hermetismo desnecessário a que se vinha entregando parte do nosso cinema e ao mesmo tempo, a justificação da esperança de que, ao lado do cinema-arte, que já existe, o Brasil saiba encontrar-se no plano do cinema comercial de nível profissional maduro e consciente.